terça-feira, 8 de julho de 2008

Jogo de Marionetes

MeirielleTainara de Souza
Estudante de Letras Alemão /UFSC

Nem sempre essa antiga forma de arte, o teatro de marionetes, recebeu o devido valor! Apesar disso, na literatura alemã da passagem do século XVIII para o século XIX temos algumas provas que demonstram a extrema importância sócio-cultural desse teatro. O próprio Goethe abordou o dilema no romance "Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister", no qual o personagem central da história é um jovem burguês que encontra no teatro de marionetes sua verdadeira paixão. Porém, não é o destino artístico que ele segue, pois Wilhelm fazia parte da burguesia que então chegava ao poder vorazmente; optou por outra função mais convencional.
As marionetes pelas quais o jovem burguês sente tanto amor, suas únicas companheiras na infância, são as mesmas pelas quais o senhor C. irá discursar no conto "Sobre o teatro de Marionetes" de outro escritor alemão do período, Heinrich von Kleist. Os bonecos que parecem ganhar vida em ambas as histórias transformam também as pessoas que às peças assistem. São exemplos que à primeira vista parecem cândidos, "marionetes, o que podem elas representar?" É é aqui que intervenho!
Kleist deixou registrado um deslumbramento pelas marionetes, tanto quanto faz Goethe ao referir-se a elas com nostalgia! O nome Marionete, vem do termo francês "marionette", como o diminutivo de marion – por sua vez já um diminutivo de Maria. É uma espécie de boneco manipulado, por fios, cabos ou varetas, e constitui-se numa forma de entretenimento para adultos e crianças. Aliás, da França também vem a primeira revolução popular, a mais famosa delas, mostrando-nos que o ato da manipulação se atém mesmo aos bonecos e aos palcos de teatros espalhados pelo mundo, como em festivais como este que agora acontece em Florianópolis.
Espetáculos que servem para alegrar, bem como para nos fazer refletir sobre nós e a sociedade na qual estamos inseridos!
Vale lembrar também o Pinóquio, boneco de madeira que sonhava ser menino. Essa história tão intimamente ligada à infância de muitos, tem no seu original um cunho mais político, pois narra a evolução de simples marionete para merecedor da condição de "menino" – leitor e público se lembram nesse ponto da dignidade de ser humano! As marionetes podem ser ou não nossas representações. VOCÊ escolhe de que lado do palco quer ficar! Divirta-se!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Um até mais emocionado

O encerramento do II Fitafloripa foi um “até mais” emocionado. Depois do trabalho incansável do núcleo de organização, veio o reconhecimento. No último discurso do Festival, as coordenadoras Sassá Moretti e Zélia Sabino agradeceram o público, que aplaudiu e entreteve-se com os “poupançudos”, bonecos da Caixa Econômica Federal, um dos patrocinadores do evento. Na ocasião, uma promessa: o III Fitafloripa. “Agora o nosso compromisso é trazer o III Fitafloripa”, disse Sassá Moretti.

domingo, 22 de junho de 2008

Tof Théâtre transforma palco do FITAFloripa em sala de operação médica


Com duas apresentações na capital, o espetáculo belga Bistouri encerra a maratona de cinco dias de espetáculos do segundo FitaFloripa.


Dois cirurgiões, Léon e Willy, são chamados às pressas para cuidar de um paciente importante. Eles são dois “médicos-fazem-tudo” aposentados. Equipados com todos os aparelhos mais recentes, como o endoscópio com câmera de vídeo, um taco, um bisturi, um abridor de latas, entre outros, eles estão prontos para realizar uma fantástica viagem ao turbulento mundo das entranhas do paciente, descobrindo regiões não exploradas. Seja qual for o resultado, a missão será realizada com um certo grau de gravidade e com uma grande dose de humor. Os cirurgiões descobrirão regiões inexploradas e sairão dali com algumas páginas a mais no dossiê de um mito imortal.


Sem o uso da palavra, a narrativa se desenvolve pela riqueza de imagens desenvolvidas entre a relação do cenário e dos bonecos. A metáfora das ações criadas se abastece de sentidos no cotidiano e nas emoções comuns aos homens. A partir dessa observação, são criadas as pontes de comunicação com o espectador. No caso de Bistouri, está em discussão a ética e o ofício de salvar vidas. A urgência faz a dupla voltar a encarar o ambiente de uma sala de cirurgia, pondo na cama a ética da relação médico-paciente.


Tof Theatre - Bélgica


O Tof Theatre, é adepto do “realismo reduzido” que perverte as técnicas tradicionais de manipulação e expõe o bonequeiro ao olhar da platéia com a manipulação a vista. Frequentemente sem palavras, o Tof cria seus espetáculos glorificando o cotidiano e suas emoções, e nos empresta sua lupa carinhosa e crítica para ver os nossos micro dramas em detalhes.

O FITAFloripa veio pra ficar

Na sua segunda edição, mais de quinze mil pessoas prestigiaram o festival. Na rua ou no teatro, crianças, jovens, adultos e idosos marcaram presença nos 21 espetáculos, 50 apresentações, em diferentes horários, nos cinco dias de evento.


Oficinas, exposições e mesas de debate complementaram a programação, trazendo especialistas no assunto para discutir e fomentar o teatro de animação. Grupos de todo Brasil e diferentes partes do mundo estiveram presentes, expressando suas artes e mantendo viva umas das tradições mais antigas do mundo.



Segundo o diretor e manipulador Guilherme Peixoto, antes mesmo do teatro com humanos, o homem já venerava tótens e figuras, se projetando e se identificando com essas formas inanimadas. Para ele, isso contribui com o misticismo e magia atribuídas à esta linguagem até hoje.




O festival foi um convite às pessoas a entregarem-se ao universo de magia dos bonecos, resgatando a criança que existe em cada um. Domínio de técnicas, linguagens complexas e o alto nível das peças não subestimaram as crianças, que assistiram atentas e mergulharam nos distintos pequenos mundos de fantasia.

Um Festival cada vez maior

Com número maior de companhias participando, assim como de apresentações (de 37 para 50), o número de espectadores de 2007 se manteve. O Festival contou com uma equipe de quase 80 pessoas, sob a coordenação de Sassá Moretti e Zélia Sabino.
Sassá ressalta a importância dos patrocinadores (Caixa Econômica Federal, Funcultural, Governo do Estado e Federal) e dos apoiadores (Guaraná Antártica e Eliane revestimentos Cerâmicos) para a concretização do evento. “Eles são responsáveis, junto com a equipe, de o Fitafloripa ser uma realidade”, afirma.
A organizadora Greice Miotello lembra que a qualidade das apresentações – um expoente desse evento - é resultado de um conjunto de elementos, entre eles a técnica, para a qual profissionais de todo o Estado contribuíram.
Contudo, quem saiu ganhando foi o público e os atores manipuladores, que partilharam experiências. “Os integrantes das companhias assistiam a peça uma das outras. Não existe competição, existe uma troca carinhosa”, diz o organizador Egon Seidler.

Sensibilidade e arte no Fitafloripa


foto Rodrigo Coelho

Oficina Caçadores de Sombras tem resultados surpreendentes

O Fitafloripa teve espaço para sensibilização. Na oficina “Caçadores de Sombras”, realizada de quarta a sexta-feira, 11 participantes experimentaram distintas sensações através de atividades corporais e contato com diferentes texturas e formas, que resultaram em cenas de teatro de sombra em telas.
No primeiro dia, o grupo se deparou com uma sala em penumbra, com objetivo de mergulhar em mundo diferente do vivenciado diariamente, baseado na visão, segundo o oficineiro Alex de Souza. Os próximos passos foram exercícios do espelho entre os integrantes do grupo, projeção de partes do corpo no tecido branco em movimento e conversas sobre focos de luz, entre outros. “Eles revelaram que cada um criou seu espaço imaginário”, disse.
O resultado foi surpreendente. Uma das cenas que chamou atenção foi à criada a partir da sombra de objetos feitos de papel e pedaços de madeira. Ela mostrou a aventura de uma menina que pega carona de uma ave e vai observar o trabalho de um pescador em seu barco, no mar. “E isso eles fizeram em três minutos e meio”, observou Alex.

Encantadores de Histórias encantam



fotos arquivo da Cia.


Encantadores de Histórias, da Cia. Caixa do Elefante Teatro de Bonecos, encantou o público presente no Teatro da UFSC no sábado à tarde. Num espaço aconchegante, o clima envolveu adultos e crianças, que participaram da contação de histórias nas duas cenas do espetáculo.
Os contadores Paulo Balardin e Carolina Garcia usam uma “percutecleta” (carroça com bateria musical e conduzida por um monociclo), repleta de adereços, que serve de palco para os bonecos e de veículo dos encantadores de histórias. Os atores transitam entre a manipulação de títeres e a personificação dos personagens vividos pelos bonecos.
A primeira cena, com a história Soldadinho de Chumbo, mexeu com os adultos, que voltaram a infância. “Muitas senhoras choraram”, contou Carolina. A segunda história “Tudo está bem quando acaba bem”, envolveu a criançada que arriscava palpites e participou intensamente do espetáculo. Ambas são contos de Hans Christian Andersen.
A Cia. Caixa do Elefante, que já havia se apresentado com o espetáculo Histórias da Carrocinha, rendeu elogios ao grupo de teatro e ao festival. “Em termos de cultura, tanto para as crianças quanto aos pais, é engrandecedor. Estimula o lado lúdico”, disse Fabiana Martimer Amaral, que levou a filha Luana, de dois anos e sete meses, para participar do Festival. “Todos os dias do Fita aproveitamos alguma atração”, contou.

Programação de domingo, 22/6


“Bistouri” – Tof Théâtre (Bélgica)


“Encantadores de Histórias” – Caixa do Elefante (Rio Grande do Sul)

Uma poética e surpreendente montagem dos mais belos contos de Hans Christian Andersen. Dois contadores, encantadores de histórias, montados em uma percutecleta – uma carroça munida de uma bateria musical, conduzida por meio de um monociclo – seduzem os olhares do público.

Classificação Livre

Horário: 10h, 16h

Duração: 50 min

Local: Teatro da UFSC, praça Santos Dumont, Trindade.


“O Velho Lobo do Mar” – TRIP Teatro (Rio do Sul – SC)

Perdido em uma ilha, em algum lugar do Atlântico, seja subindo em um coqueiro atrás de alimento, tentando convencer uma minhoca a ir para o anzol, em busca de um tesouro ou até mesmo fazendo amizade com uma baleia, Charlie mostrará a todos que para tudo na vida há uma saída.

Classificação Livre

Horário: 16h

Duração: 20 min

Local: Casarão da Lagoa. Rua Henrique Veras, 50, Lagoa da Conceição.


“Bistouri” – Tof Théâtre (Bélgica)

Quem é este doente, na cabeceira do qual se encontram Léon e Willy, dois cirurgiões aposentados e contentes em retomar suas profissões... Os cirurgiões farão uma viagem nas entranhas tumultuosas do paciente, se perderão com prazer e descobrirão, quem sabe, novos caminhos ainda não explorados.

Classificação Livre

Horário: 16h, 20h

Duração: 50 min

Local: Centro de Cultura e eventos da UFSC, campus Trindade.


“Filme Noir” – Cia. Pequod (Rio de Janeiro)

A história gira em torno de Verônica De Vitta, cantora de um clube de jazz que é suspeita de assassinato e acha que está sendo seguida. Ela contrata um detetive particular fracassado, com quem acaba se envolvendo. Ele também se sente perseguido, mas só ao final descobre o que há por trás de tudo.

Horário : 16h

Duração: 65 min

Local : Teatro Ademir Rosa, CIC – Centro Integrado de Cultura. Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600, Agronômica


Exposições

Duas exposições estão abertas à visitação no hall do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, de 18 a 22 de junho, de 8:30h às 20h.
“Wajang: Teatro de Bonecos da Indonésia” traz a coleção particular da arte educadora Conceição Rosière, que trabalha com Teatro de Bonecos desde 1981. São 15 bonecos em couro, três bonecos esculpidos em madeira e seis bonecos Wajang Golek (figuras tridimensionais).
“Brinquedo Brincadeira – A Alegria do Nordeste” é uma exposição interativa de títeres tradicionais brasileiros da pesquisadora e curadora Magda Modesto. As técnicas de interpretação empregadas são várias: luva, vara, varetas, entre outras, com articulações de boca, olho, língua, corpo e até cabeças que saem. São 70 bonecos, 15 passagens e 11 colchas de retalho - ambientação do panorama social do Nordeste; os “retalhos de uma sociedade”, segundo a colecionadora. O ambiente, o enfoque, os personagens e as citações das passagens procuram envolver o visitante no jogo teatral do espectador participante.

Fonte: Adriana Seguro - Acadêmica de Jornalismo, Assessoria de imprensa do DAC-SECARTE-UFSC, para a divulgação do 2º FITAFloripa.

Obscuridade e agilidade em cena


Foto Cristiano Prim

Noite de Filme Noir

A noite de sabádo foi de “Filme Noir” no palco. O espetáculo em preto e branco e manipulação de bonecos em cenas com cortes similares aos do cinema trouxe o estilo cinematográfico dos anos 40 e 50 para o teatro de animação. A presença do narrador é outro elemento de que o roteirista e diretor Miguel Vellinho se serviu para envolver o público, que encheu o teatro Ademir Rosa, do CIC.
A construção de ilusões e desilusões, a obscuridade e a desconfiança entre os anti-heróis são fortes características da trama. O detetive Race, cansado de sua rotina, vê a chance de mudar de vida conquistando sua cliente, a cantora Veronika de Vitta, que diz estar sendo perseguida. O bonequeiro passa a transformar o artista ao longo do espetáculo, deixando seu apaixonado admirador perturbado e, finalmente desiludido, com a última modificação na boneca.
Por fim, o detetive descobre que também é um personagem manipulado e desespera-se diante de sua condição. Nesse momento, o narrador reflete sobre o ato de pensar e sobre o imaginário. Para que toda a história ganhe dinâmica, cinco atores se movimentam rapidamente pelo palco, exigência do roteiro baseado no estilo cinematográfico noir, e quatro deles agem nos bastidores.
A peça, filha do espetáculo “Sangue Bom” estreado em 1999, segundo o diretor, é apresentada desde 2004 e já venceu o prêmio Shell na categoria Luz. “Foram necessários um ano de pesquisa e assistir mais de 30 filmes”, conta Vellinho.

sábado, 21 de junho de 2008

Dura realidade em Livres e Iguais


Foto Cristiano Prim

Cotidiano da exclusão é explorado pela Cia. “Teatro Sim, Por Que Não?”


Som, sombras, realidade. Esses são elementos que permeiam a narrativa não linear de Livres e Iguais, da Companhia “Teatro Sim, Por Que Não?”, que se apresentou hoje à tarde no TAC. O uso de sombras, explorado no início da peça, impressionou o público, segundo Adriana Focas, que assistiu ao espetáculo.
Os bonecos feitos de sucata encenam o cotidiano duro de exclusão e frieza do ser humano. Enquanto um cuida de um menor, o outro agride. No embate do homem opressor e da mulher carinhosa, ela é chicotada, literalmente, e aprisionada.
De acordo com o diretor Nini Beltrame, ao mesmo tempo em que o lixo, material usado para confecção dos bonecos, é uma analogia ao “valor” do homem, ele mostra que o que é descartado também tem sua riqueza inerente. “Montamos o espetáculo em comemoração aos 50 anos da Carta de Declaração dos Direitos Humanos, que foi em 1998. Em 1999 aconteceu a estréia e de lá para cá já tivemos mais de 300 apresentações”, relata.

No mundo dos sonhos


Foto Cristiano Prim

Sábado de espetáculos na Capital

O dia foi repleto de espetáculos na Capital. Pela manhã, Sonho Infantil, da Cia. Só Rindo, A Caixa, da Cia. Mútua, e o Velho Lobo do Mar, da Cia. Trip Teatro, fizeram a alegria do público em geral. À tarde, foi vez Juan Romeu e Julieta Maria, do El Conchón, e Livres e Iguais, do Teatro Sim, Por Que Não?. Para encerrar o sabádo, apresentou-se a Cia. Pequod, com Filme Noir.
Alguns grupos da manhã e da tarde fizeram mais de uma apresentação durante o dia, para dar chance a todos de prestigiar o Festival, oportunidade que o casal Dinovaldo e Delci Gilioli aproveitou. Eles assistiram Juan Romeu e Julieta Maria e saíram encantados com a criatividade do El Chonchón. “Eles misturam o cômico com o trágico”, comenta Delci.
Depois de um espetáculo, começaram as viagens ao Nordeste Brasileiro e a Indonésia, através das exposições “Wajang: Teatro de Bonecos da Indonésia” e “Brinquedo, Brincadeira”. “Ficamos horas vendo os bonecos da Indonésia. Foi uma viagem”, confirma.
O próximo passo foi à compra de bonecos. Eles levaram dedoches e uma marionete para a filha de 20 anos e para eles, segundo Dinovaldo. “Não brinquei de bonecos na infância. Estou brincando agora”, revela, ressaltando que o teatro e os bonecos resgatam o espaço do sonho na vida das pessoas.

Criatura X Criador

foto Cristiano Prim

Uma história sem palavras, mas com algo a dizer, cheia de lirismo e poesia, que nos faz esquecer que não se trata de personagens humanos, mas, sim, pequenos bonecos. É o que a Cia. Mútua de Teatro & Animação apresentou na cidade neste sábado, em duas sessões, com a peça A Caixa.

Tudo se inicia quando brinquedos destruídos e desprezados são jogados no lixo numa caixa. O que seria o fim, no entanto, se transforma no começo. Os manipuladores, inconformados, resolvem interferir na história dando vida a um dos brinquedos: o palhaço. A frágil criatura, então, se depara com uma grande cidade, onde a dureza da metrópole vai minando a esperança de encontrar alguém que salve seus companheiros do abandono.


A Caixa é o resultado de 15 meses de pesquisa e experimentações no teatro de animação a partir de livre inspiração no livro Clown, do inglês Quentin Blake. A obra, sem textos, foi publicada originariamente no Reino Unido em 1995 e contemplada com vários prêmios, dentre eles o “Bologna Ragazzi Children’s Fiction Prize”, considerado o melhor livro para crianças publicado no mundo em 1996.


Assim como na obra de Blake, o espetáculo não tem texto falado. Para a comunicação e encenação, o grupo se utiliza de técnicas como o blablado (linguagem vocal derivada do grammelots, utilizada durante a Idade Média pela Commedia dell´Arte na Europa) e a manipulação direta sobre balcão. A técnica é tão precisa que quase se esquece que os pequenos personagens não têm vida própria.


A peça retoma o jogo entre animador e objeto animado, estabelecendo uma relação mútua de cumplicidade entre eles. A idéia é recriar a linguagem visual dos desenhos animados, sensibilizando o público infantil e adulto pela simplicidade com que se desenvolve a trama.



Sobrevivência e Poesia em O Velho Lobo do Mar

foto Cristiano Prim


O Velho Lobo do Mar, da companhia Trip Teatro de Animação, veio ao FITA para realizar três apresentações. Na manhã de sábado, o Largo da Alfândega lotou de pais e crianças que assistiram ao marujo aposentado lutando pela sobrevivência.


Perdido em uma ilha, em algum lugar do Atlântico, seja subindo em um coqueiro atrás de alimento, tentando convencer uma minhoca a ir para o anzol, em busca de um tesouro ou até mesmo fazendo amizade com uma baleia, Charlie mostra a todos que para tudo na vida há uma saída. Por esta habilidade ele é conhecido pelos Sete Mares como o Velho Lobo do Mar. O espetáculo faz parte do repertório da Cia. há oito anos e já fez cerca de duas mil apresentações em 10 países.


O diretor e bonequeiro Willian Sieverdt, que também trouxe o espetáculo O incrível ladrão de calcinhas, explica que O velho lobo do mar, que não tem texto, é um espetáculo para todas as idades. É uma história emocionante tanto para o público como para Charlie, o marujo. “Após a apresentação, realizamos um momento interativo com a platéia, mostrando como a manipulação é realizada”, afirma Willian Sieverdt.


Willian ainda apresenta O Velho lobo do Mar no Espaço Cultural Angeloni Beira-Mar neste sábado às 18h, e no Casarão da Lagoa na tarde de domingo, às 16 horas.


Programação de sábado, 21/6


Sonho Infantil – Só Rindo (Rio Grande do Sul)
O espetáculo interage entre o lúdico e o real, levando ao lazer, à diversão e à reflexão de temas variados. Avalia e explora os sentimentos infantis, estabelecendo relações como confiança, coragem, superação e até mesmo medo.
Classificação Livre
Horário: 10h, 16h
Duração: 45min
Local: Teatro da UFSC, praça Santos Dumont, Trindade.

A Caixa – Cia. Mútua Teatro & Animação (Itajaí – SC)
Tudo se inicia quando brinquedos destruídos e desprezados são jogados no lixo numa caixa. Os manipuladores, inconformados, resolvem interferir na história, dando vida a um dos brinquedos: o palhaço. A frágil, então, tem sua esperança confrontada pela dureza de uma grande cidade.
Classificação Livre
Horário: 10h, 16h
Duração: 40 min
Local: Teatro da UBRO. Escadaria da Rua Pedro Soares, 15, Centro.

O Velho Lobo do Mar – TRIP Teatro (Rio do Sul – SC)
Perdido em uma ilha, em algum lugar do Atlântico, seja subindo em um coqueiro atrás de alimento, tentando convencer uma minhoca a ir para o anzol, em busca de um tesouro, ou até mesmo fazendo amizade com uma baleia, Charlie mostrará a todos que para tudo na vida há uma saída.
Horário: 12h
Duração: 20 min
Classificação Livre
Local: Largo da Alfândega, Centro.

Juan Romeo y Julieta Maria – El Colchón (Argentina/Chile)
"Romeu e Julieta" pertence à imaginação das pessoas e um dos desafios é atingir o grande público sustentando a estrutura do verso e oferecendo uma versão livre onde o humor não desvirtua a tragédia. Explora com sensibilidade e maestria a técnica de luvas, com soluções surpreendentes.
Jovens e Adultos
Horário: 16h, 20h
Duração: 60 min
Local: Centro de Cultura e Eventos da UFSC, campus Trindade

Livres e Iguais
– Teatro Sim... Por que não? (Florianópolis)
Baseada na Declaração Universal dos Direitos do Homem, os bonecos
representam uma família pobre e são feitos de sucata. Na peça, os objetos que caracterizam os personagens, o lixo industrial ou sucata de cemitério de automóveis modelam um mundo sem dignidade.
Horário: 16h, 20h
Classificação Livre
Local: TAC - Teatro Álvaro de Carvalho. Rua Marechal Guilherme, 26, Centro.

O Velho Lobo do Mar – TRIP Teatro (Rio do Sul – SC)
Perdido em uma ilha, em algum lugar do Atlântico, seja subindo em um coqueiro atrás de alimento, tentando convencer uma minhoca a ir para o anzol, em busca de um tesouro, ou até mesmo fazendo amizade com uma baleia, Charlie mostrará a todos que para tudo na vida há uma saída.
Classificação Livre
Horário: 18h
Duração: 20 min
Espaço Cultural Angeloni Beira-Mar. Av. Governador Irineu Bornhausen, 5288, Agronômica.

Filme Noir – Cia. Pequod (Rio de Janeiro)
A história gira em torno de Verônica De Vitta, cantora de um clube de jazz que é suspeita de assassinato e acha que está sendo seguida. Ela contrata um detetive particular fracassado, com quem acaba se envolvendo. Ele também se sente perseguido, mas só descobrirá o que há por trás disso tudo no final.
Jovens e Adultos
Horário: 20h
Duração: 65 min
Local : Teatro Ademir Rosa, CIC – Centro Integrado de Cultura. Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600, Agronômica

Fonte: Adriana Seguro - Acadêmica de Jornalismo, Assessoria de imprensa do DAC-SECARTE-UFSC, para a divulgação do 2º FITAFloripa.


FITAFloripa terá mesa de conversa sobre teatro de animação, neste sábado

A novidade do 2º Festival Internacional de Teatro de Animação de Florianópolis para este sábado, 21 de junho, é a realização de uma mesa de conversa com pesquisadores da área, artistas, estudantes e demais interessados. O bate-papo é uma atividade gratuita e ocorre na Sala Goiabeira do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, de 9:30h às 12:30h. Haverá também sete espetáculos diferentes, em 11 apresentações durante todo o dia, em cinco teatros da cidade, no Largo da Alfândega e no Espaço Cultural Angeloni Beira-Mar.

Os convidados para a mesa de conversa são Ana Maria Amaral, diretora de O Casulo BonecObjeto; Conceição Rosière, bonequeira e estudiosa do teatro de bonecos; Magda Modesto, pesquisadora e colecionadora; Valmor Beltrame, diretor teatral e bonequeiro; Renato Perré, presidente da Associação Brasileira de Teatro e Bonecos, com mediação da diretora de teatro Eliane Lisboa. No domingo, 22 de junho, haverá mais uma troca de experiências, de 13:30h às 16h, no mesmo local. Mais informações sobre a programação do festival estão disponíveis no site www.fitafloripa.com.br.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Alegria e reflexão no palco


foto Cristiano Prim
El Chonchón e Teatro Portátil movimentaram a UFSC

A tarde foi de muita alegria e reflexão na UFSC. No teatro, a companhia de integrantes chilenos e argentinos, El Chonchón Teatro de Muñecos, com Los Bufos De La Matiné, com sua critica social, lotou a sala. No Centro de Eventos, 2 Números, do grupo carioca Teatro Portátil, apreendeu a atenção das crianças de escolas com seu teatro de animação mudo.
Com duração de 55 minutos, El Chonchón homenageou cômicos do cinema mudo (Carlitos, Chaplin e o Gordo e o Magro) e o comediante mexicano Cantinflas, os personificando através de bonecos de luvas. O humor e a ternura são as essências do espetáculo, que acontece em quatro cenas, sendo a última uma obra faladaculo, que acontece em quatro cenas, sendo a gentino,.
O manipulador de bonecos Miguel Oyarzun conta que os comentários sobre o cotidiano surgem espontaneamente no meio do roteiro, porque se trata da vivência dos bonequeiros. “Nesse espetáculo foi uma sátira aos políticos que se dizem pacifistas, mas beneficiam a guerra”, comentou.
O espetáculo 2 Números teve como público crianças do ensino infantil e fundamental, que significaram o conjunto de formas feitos a partir de um fio, movimentos e sons. Logo no primeiro minuto do espetáculo, a metáfora dos mistérios que envolvem a presença do homem no mundo levou o público ao silêncio, deixando de lado a agitação comum aos pequenos. Usando máscaras, os personagens e bonequeiros interagem com o boneco, e ambos intertuaram com as crianças, que a cada forma identificada falavam em alto e bom tom seu palpite. “Essa é uma pipa”, opinaram.
A professora da escola Autonomia, que acompanhava junto com mais três professoras 60 alunos entre três e seis anos, confirma o envolvimento das crianças, e fala da importância da realização de um festival que possibilite os estudantes terem contato com um teatro que exige mais deles, e não crie mitos do bem o do mal. “Não é uma história que eles já conhecem o fim e tenha mitos como o a Branca de Neve e os Três Porquinhos, por exemplo”, disse.


2 Apresentações do Teatro Filhos da Lua atraem público nas ruas da cidade

foto Cristiano Prim

Teatro, que história é essa? Teve 2 apresentações em Floripa, na concha acústica da UFSC e no Largo da Alfândega.
O espetáculo atraiu estudantes, crianças e pessoas que passavam pela rua, formando um grande público atento à história do

A Companhia Teatro Filhos da Lua faz uma leitura lúdica e sintetizada de períodos marcantes da história milenar do teatro, passando da pura celebração dionisíaca para o teatro de constatação política, e toda sorte de reflexões filosóficas e experiências estéticas. No espetáculo podem ser conferidos os seguintes períodos da história do teatro: Grécia Antiga (tragédia e comédia); teatro medieval; Commedia Dell'Arte; Shakespeare; Lorca; Brecht; teatro do absurdo; e teatro brasileiro com homenagem ao dramaturgo e diretor paranaense Laerte Ortega.

Por meio dos personagens, Aristides e Brunholo, a dramaturgia cria um paradoxo entre a fantasia e o rigor do cotidiano, formando um elo entre a arte e o dinamismo da sociedade contemporânea. Essa ambigüidade faz com que os personagens desenvolvam uma síntese lúdica, poética e histórica do teatro.

O Contra-Regra fez a alegria da criançada na manhã de sexta-feira

foto Cristiano Prim

A manhã de sexta-feira foi animada pelo Cirquinho do Revirado, companhia de Criciúma que trouxe ao festival o espetáculo O Contra-Regra, em duas apresentações no TAC.

O minucioso contra-regra realiza seu trabalho cotidiano nos bastidores do circo, sendo um pouco a extensão do mágico, da equilibrista, do anão, do domador, dos palhaços e do hipnotizador. O único problema é que conciliar tanta tarefa acaba trazendo algumas situações insólitas para o personagem.

A criançada lotou o TAC e interagiu com o espetáculo, rindo, dando dicas ao personagem e gritando de medo, quando aparecia o leão ou quando a luz apagava.

Segundo a professora Márcia Raquel da Escola Lauro Muller, ela voltou a ser criança assistindo a esse espetáculo. Mesmo sem ter uma fala, tudo é muito encantador e expressivo e foi possível entender tudo o que se passa do início ao fim.

Programação desta sexta-feira


2 Números – Teatro Portátil (Rio de Janeiro)
Espetáculo composto por duas peças curtas — "Por Um Fio" e "De Dentro", que se constróem como delicadas coreografias e com a movimentação dos atores animando objetos, máscaras e um boneco articulado. Uma metáfora dos mistérios que envolvem a presença do homem no mundo.
Classificação livre
Horário: 10h, 16h, 20h
Duração: 40 min
Local: Centro de Cultura e Eventos da UFSC, campus Trindade

Los Bufos de la Matiné – El Chonchón Teatro de Muñecos (Argentina/Chile)
Uma homenagem aos cômicos do cinema mudo, personificados por bonecos de luvas. Carlitos, Chaplin, e o Gordo e o Magro, são alguns dos personagens que aparecem fazendo loucuras, nas distintas pantomimas que integram o espetáculo. O humor e a ternura são a essência dessa proposta.
Público: Jovens e Adultos
Horário: 10h, 16h
Duração: 55 min
Local: Teatro da UFSC, praça Santos Dumont, Trindade

O Contra-Regra – Cirquinho do Revirado (Criciúma – SC)
O minucioso contra-regra realiza seu trabalho cotidiano nos bastidores do circo, sendo um pouco a extensão do mágico, da equilibrista, do anão, do domador, dos palhaços e do hipnotizador. O único problema é que conciliar tanta tarefa acaba trazendo algumas situações insólitas para o personagem.
Classificação livre
Horário: 10h, 16h, 20h
Duração: 55 min
Local: Teatro Álvaro de Carvalho. Rua Marechal Guilherme, 26, Centro.

O Velho Lobo do Mar – TRIP Teatro de Animação (Rio do Sul – SC)
Perdido em uma ilha, em algum lugar do Atlântico, seja subindo em um coqueiro atrás de alimento, tentando convencer uma minhoca a ir para o anzol, em busca de um tesouro ou até mesmo fazendo amizade com uma baleia, Charlie mostrará a todos que para tudo na vida há uma saída.
Classificação livre
Horário: 12:30h
Duração: 20 min
Local: Concha Acústica da UFSC, campus Trindade

Teatro, Que História é Essa? – Filhos da Lua (Paraná)
Por meio dos personagens Aristides e Brunholo, a dramaturgia cria um paradoxo entre a fantasia e o rigor do cotidiano, formando um elo entre a arte e o dinamismo da sociedade contemporânea. Essa ambigüidade faz com que os personagens desenvolvam uma síntese lúdica, poética e histórica do teatro.
Público: Jovens e adultos
Horário: 14h
Duração: 50 min
Local: Largo da Alfândega, Centro

Agora Pia – Cachola no Caixote (Florianópolis)
Pois não é que um sujeitinho contratou dois caipiras para acabar com a fazenda de Nhô Bindô para que ele tenha que vender as terras? Acontece que a fazenda conta com a ajuda do Saci, da Iara, do Caipora e do Curupira, para que o dinheiro não se imponha sobre a simplicidade da vida no campo.
Classificação Livre
Horário: 14h30, 16h
Duração: 55 min
Local: Teatro da UBRO. Escadaria da Rua Pedro Soares, 15, Centro.

Sonho Infantil – Só Rindo (Rio Grande do Sul)
O espetáculo interage entre o lúdico e o real, levando ao lazer, à diversão e à reflexão de temas variados. Avalia e explora os sentimentos infantis, estabelecendo relações como confiança, coragem, superação e até mesmo medo.
Público: Infantil
Horário: 15h
Duração: 45min
Local: Orionópolis. Rua Frederico Afonso, 5568, Ponta de Baixo – São José.

Homem Voa? – Catibrum (Minas Gerais)
Paris, 23 de outubro de 1906. Às 16h, Santos-Dumont acomodou-se no 14 Bis e sinalizou ao público para que se afastasse. O menino que, crescido mergulhado na literatura fantástica de Júlio Verne, dava início a uma nova etapa na história.
Classificação Livre
Horário : 16h, 20h
Local : Teatro Ademir Rosa - CIC. Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600, Agronômica.


quinta-feira, 19 de junho de 2008


Exposições reúnem mais de 600 pessoas no segundo dia de Festival


As exposições do II Festival Internacional de Teatro de Animação de Florianópolis (Fitafloripa) estão movimentando o Centro de Cultura e Eventos da UFSC. Só ontem (19/06), cerca de 600 pessoas, entre crianças e adultos, visitaram a exposição “Brinquedo, Brincadeira”, da bonequeira e colecionadora carioca Magda Modesto e “Wajang: Teatro de Bonecos da Indonésia”, da arte educadora mineira Conceição Rosière.
A “Brinquedo e Brincadeira” conta com 70 bonecos e tem como tema os espetáculos de tradição popular do nordeste brasileiro. Com rica dramaturgia de tradição oral, essas “brincadeiras” - cuja temática se desenvolve como uma crônica da comunidade, costumes e até obscenidades - se apresentam como um verdadeiro “Cordel Cênico”. Colchas de retalhos configuram cenário das diferentes “passagens” (quadros) de diversos personagens.
A Wajang tem 24 títeres, que convidam o visitante a uma viagem ao continente composto pelo maior arquipélago do mundo. Rico em detalhes, as silhuetas garantem sombras surpreendentes. No ambiente da exposição, dez pôsteres informativos sobre os costumes, religião, artes, situação geográfica e bonecos do teatro de sombras, suas técnicas de manipulação e influência religiosa levam o público ao encontro da cultura de Bali e Java. A música da orquestra Gamelan, que originalmente acompanha as cerimônias religiosas, e a decoração com flores, incenso e cereais, adornados em cestarias, tais como as ofertadas aos deuses na Indonésia, completam o ambiente propício a uma viagem cultural.
Depois de vivenciar dois mundos distintos, mas igualmente fascinante, a supervisora de ensino do Colégio da UFSC, que acompanhou a turma de crianças do ciclo de alfabetização II, com idade média de oito anos, diz estar satisfeita com o resultado da visita às exposições. “Eles interagiram o tempo todos com os bonecos, foi visível”, disse Lisia Sotero.

Metalinguagem e clima Noir.


O Incrível ladrão de calcinhas foi destaque no segundo dia do FITA FLORIPA

Uma história de detetives baseada no estilo do cinema noir, caracterizado por filmes tipo "B" das décadas de 40 e 50, onde a falta de caráter e o crime são as marcas mais presentes. Um clima de submundo, frases e personagens recheados de bom-humor e cenários expressionistas são alguns dos ingredientes que compõe o espetáculo O incrível ladrão de calcinhas.

O detetive Bill Flecha é procurado por Srta. Velda, uma "mulher-fatal" que tem sua "peça íntima" roubada e pagará qualquer quantia para tê-la de volta. O que parecia um crime banal dá origem a uma série de outros crimes violentos, onde todos são suspeitos até que se prove o contrário, ou até que seus corpos sejam encontrados em algum beco escuro. Inspirado na vida e obra de Dashiell Hammett, considerado o pai da literatura policial moderna, o espetáculo utiliza uma técnica de construção de bonecos pouco conhecida no Brasil, a partir de modelos desenvolvidos por Hansjürgen Fettig em seu livro Rod-Puppets & Table-Top Puppets (Standing Figures). A cenografia foi inspirada no expressionismo alemão, movimento artístico que contribuiu para o surgimento do cine noir.

Embora o diretor e bonequeiro Willian Sieverdt não faça questão de se esconder, chegando até mesmo a brincar com a metalinguagem - ora acendendo o cigarro do boneco, ora negando ajuda à garota - esquecemos que existe um manipulador logo que o espetáculo começa e os personagens e cenários criam vida, sugando a platéia para dentro deste universo misterioso e instigante.

Fitafloripa realiza 12 apresentações nesta quinta-feira


O segundo dia do FITAFloripa traz extensa programação, com
espetáculos de sete grupos nacionais e do francês Cie. Philippe Genty,
que abriu o festival ontem. São 12 apresentações, desde as 10h até as
20h, em teatros e espaços alternativos de Florianópolis. As atrações
do 2º Festival Internacional de Teatro de Animação movimentam a agenda
cultural da cidade até domingo.


Nesta quinta-feira, dia 19 de junho, companhias do Rio Grande do Sul,
São Paulo, Paraná, Rio do Sul (SC), Criciúma (SC), Florianópolis e
França se apresentarão no Teatro Ademir Rosa (CIC), no Centro de
Cultura e Eventos da UFSC, no Hospital Infantil Joana de Gusmão, no
Teatro da UFSC, no Teatro Álvaro de Carvalho, no Teatro da UBRO, na
Concha Acústica da UFSC e no Largo da Alfândega. Confira os
espetáculos:

REVIRADO - Cirquinho do Revirado (Criciúma ? SC)
Classificação livre
Horário: 10h
Local : Hospital Infantil Joana de Gusmão. Rua Rui Barbosa, 152,
Agronômica.

HISTÓRIAS DA CARROCINHA - Caixa do Elefante (Rio Grande do Sul)
Uma homenagem ao mestre Javier Villafañe, poeta e bonequeiro
Argentino que percorreu o mundo inteiro com sua ?Andariega? - pequena
carroça que servia de palco para seus bonecos. No espetáculo, três
histórias são apresentadas: ?O Padeiro e o Diabo?, ?A Rua dos
Fantasmas? e ?O Vendedor de Balões?.
Classificação livre
Horário: 10h, 16h
Duração: 50 min
Local: Centro de Cultura e Eventos da UFSC, campus Trindade
O RATINHO E A LUA - Asterion Teatro (São Paulo)
Ele tem apenas 35 centímetros, mas é o protagonista de uma grande
história de amor. O roedor arquiteta planos para cruzar o espaço e
alcançar sua eterna amada: a Lua. Uma mensagem de persistência, que,
sem dúvida, deve existir na vida até mesmo daqueles que não acreditam
mais em contos de fada.
Classificação livre
Horário: 10h, 16h
Duração: 45 min
Local: Teatro da UFSC, praça Santos Dumont, Trindade
O INCRÍVEL LADRÃO DE CALCINHAS - TRIP Teatro (Rio do Sul ? SC)
O escritório do Detetive Bill Flecha é procurado por Srta. Velda, uma
"mulher-fatal" que tem sua "peça íntima" roubada e pagará qualquer
quantia para tê-la de volta. O que parecia um crime banal dá origem a
uma série de outros crimes violentos, onde todos são suspeitos até que
se prove o contrário.
Jovens e adultos
Horário: 10h, 16h
Duração: 55 min
Local: Teatro Álvaro de Carvalho. Rua Marechal Guilherme, 26, Centro.

Só Rindo (Rio Grande do Sul)
O espetáculo interage entre o lúdico e o real, levando ao lazer, à
diversão e à reflexão de temas variados. Avalia e explora os
sentimentos infantis, estabelecendo relações como confiança, coragem,
superação e até mesmo medo.
Classificação livre
Horário: 10h, 16h
Duração: 45min
Local: Teatro da UBRO. Escadaria da Rua Pedro Soares, 15, Centro.

TEATRO, QUE HISTÓRIA É ESSA? Filhos da Lua (Paraná)
Por meio dos personagens Aristides e Brunholo a dramaturgia cria um
paradoxo entre a fantasia e o rigor do cotidiano, formando um elo
entre a arte e o dinamismo da sociedade contemporânea. Essa
ambigüidade faz com que os personagens desenvolvam uma síntese lúdica,
poética e histórica do teatro.
Classificação livre
Horário: 12:30h
Duração: 50 min
Local: Concha Acústica da UFSC, campus Trindade
A DIREITA DE DEUS PAI - Co-letivo UDESC (Florianópolis)
Uma mojiganga brasileira, é um folguedo popular que, segundo seu
autor, é a história de Peralta, camponês bom e caridoso que Nosso
Senhor Jesus Cristo decide recompensar para que ele continue a
praticar caridade. Jesus e São Pedro descem então à Terra vestidos de
camponeses e visitam Peralta. Cristo revela sua identidade, assim como
a de seu companheiro, permitindo ao camponês, estupefato, formular
cinco desejos.
Classificação livre
Horário: 15h
Local: Largo da Alfândega, Centro

LA FIN DES TERRES - Cie. Philippe Genty (França)
Um espetáculo revelador de emoções secretas. Conduz a um universo
onírico, irreal e estupendo, onde se misturam a poesia, o humor, o
mistério e o imaginário. Um teatro de magia e ilusão que penetra no
subconsciente, deixando-o prolongar as imagens para reenviá-las a
nossos próprios espelhos.
Jovens e Adultos
Horário : 20h
Duração: 110 min
Local : Teatro Ademir Rosa, CIC - Centro Integrado de Cultura. Av.
Governador Irineu Bornhausen, 5600, Agronômica

Para ver a programação dos próximos dias, acesse
www.fitafloripa.com.br.

CONTATO: FITAFloripa (48) 37219222, fitafloripa@hotmail.com.
Coordeção Geral - Sassá Moretti (48) 99675424, Coordenação Executiva
- Zélia Sabino (48) 84077593. Visite www.fitafloripa.com.br.

Fonte: Adriana Seguro - Acadêmica de Jornalismo, Assessoria de
imprensa do DAC-SECARTE-UFSC, para a divulgação do 2º FITAFloripa.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Os mundos simbólicos de Philippe Genty


Primeira noite de espetáculo do Fitafloripa surpreende a platéia


O espetáculo da noite de abertura do Festival Internacional de Teatro de Animação de Florianópolis, o La Fin Des Terres, fez o público presente no Teatro Ademir Rosa, do Centro Integrado de Cultura (CIC), vibrar. Com duração de 110 minutos, os sete atores em cena hipnotizaram o público, que respondeu com mais de um minuto de palmas, em pé, no fim da peça.


Sem linearidade, as cenas revelam vivências, sonhos e até pesadelos do diretor Philippe Genty, além do cotidiano alheio, segundo o ator da companhia, Perriek Malebranche. “Muitas vezes ele acorda e vai escrever para não esquecer”, disse.
Sem a preocupação de explicar ou dar sentido ao todo, Philippe Genty deixa os espectadores com o trabalho de decodificar os mundos simbólicos criados por ele. “Philippe não escreve peças como romances, com narrativas que vão direto ao ponto. Ele escreve como quebra-cabeças”, observou, ressaltando que as explicações cada espectador dá de acordo com sua experiência de vida.

O que impulsiona a construção interativa de um significado é o inesperado. No espetáculo de sons, movimentos, formas e sombras, a surpresa também é destaque. Pessoas e objetos saem e entram de cena como num passe de mágica, o que exige a precisão dos artistas e dos cinco técnicos que trabalham atrás cortinas.

Cie. no Brasil


Depois de décadas, a Cie. Philippe Genty voltou ao Brasil. O grupo está no terceiro estado da turnê pelo país, e ainda percorrerá mais dois. Depois da América Latina, os próximos destinos da companhia são o Líbano e a Síria, onde eles provavelmente irão encerrar a turnê La Fin Des Terres. entre outubro e novembro desse ano. A peça de teatro já foi apresentada em mais dez países em três anos de trabalho do grupo.
Quem ainda não conferiu, tem a chance de assistir ao espetáculo pela última vez em Santa Catarina , hoje às 20h no CIC.

Piruetas no ar

foto Rodrigo Coelho

Fita Floripa abriu sua programação na manhã de quarta-feira com o espetáculo Húngaro STOP. O Fitafloripa teve inicio na manhã de quarta-feira, no CRIA – Centro de Criatividade em Arte. A primeira companhia a se apresentar foi a Mikropódium, da Hungria. Alunos da rede pública, com idade entre quatro e 12 anos lotaram o espaço, onde em dias normais acontecem aulas de circo, e se emocionaram com a delicadeza dos bonecos e da manipulação de Lénart András. Em único dia, András fez três apresentações na Capital. Além do espetáculo no CRIA, ele se apresentou na concha acústica da UFSC e em frente à Catedral Metropolitana, no Centro.

À tarde, crianças, adultos, transeuntes e curiosos se concentraram e seguiram num desfile até o Largo da Alfândega, convidando a população a prestigiar o II Fitafloripa.


desfile de bonecos e bonequeiros na abertura do 2° FITA - foto Rodrigo Coelho


STOP
STOP é um espetáculo com bonecos em miniatura, que ganham vida com destreza e originalidade. Apesar do tamanho, os gestos dos personagens (golfinho, sereia, bailarina e palhaço) têm a naturalidade dos seres vivos, fato que contrapõem à aparência forte e imponente do manipulador das marionetes a delicadeza de sua obra. Ao final de cada espetáculo, András brinca com os grupos, fazendo com que a bailarina dê piruetas no ar e dance na mão de cada criança.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Vem aí o segundo Festival Internacional de Teatro de Animação


O 2º FITAFloripa acontece de 18 a 22 de junho de 2008, em diferentes teatros, ruas e espaços de Florianópolis. O evento reúne 15 grupos nacionais e quatro grupos internacionais. Aos espetáculos, somam-se exposições de bonecos, uma oficina e mesas de conversa com estudiosos e especialistas na área. O grupo francês Cie. Philippe Genty realiza a abertura com o espetáculo “Le Fin des Terres”, no dia 18 de junho, às 20h, no Teatro Ademir Rosa – CIC.

As atividades que compõem o 2º FITAFloripa são:
- O FITAFloripa Palco, com espetáculos nos Teatros e espaços convencionais de apresentação;
- O FITAFloripa Rua, que leva apresentações até espaços populares e abertos, com trânsito constante de pedestres, para que os transeuntes entrem em contato direto com a linguagem em seu local de passagem, de cotidiano;
- O FITAFloripa Visitas, que leva grupos de Teatro de Animação a instituições beneficentes, além de outros espaços artísticos alternativos.
- O FITAFloripa Panorama, em que a produção científica sobre a linguagem do Teatro de Animação ganha voz, por meio de conversas, oficinas e exposições, para que teóricos, convidados, estudantes, artistas e o público em geral encontrem espaços para a discussão, desenvolvimento e troca de experiências.

O FITAFloripa preza pela disseminação da linguagem do Teatro de Animação, no contato com o público em geral e no intercâmbio de teorias e práticas entre artistas, pesquisadores e estudantes das Artes Cênicas. O festival movimenta os profissionais e o público por meio da vivência, da formação cultural e da experiência estética que a linguagem do Teatro de Animação proporciona. Duas tardes de Mesas de Conversa reunirão estudiosos, artistas, estudantes e interessados em Teatro de Animação, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, em horário a ser definido.

O festival ocorre em cinco teatros da cidade (Centro de Cultura e Eventos da UFSC, Teatro Ademir Rosa do CIC - Centro Integrado de Cultura, Teatro Álvaro de Carvalho, Teatro da UBRO e Teatro da UFSC), em três espaços públicos (Casarão da Lagoa, na Lagoa da Conceição; Concha Acústica, no campus da UFSC e Largo da Alfândega, no Centro), além de visitar o CRIA - Centro de Criatividade em Arte, o Hospital Infantil Joana de Gusmão e a Orionópolis. Veja a programação completa em www.fitafloripa.com.br.

Oficina

Será oferecida a oficina “Caçadores de Sombras”, ministrada pelo Grupo de Estudos Transformações na Poética da Linguagem, do CEART/UDESC. Ela possibilitará o descobrimento e a experimentação das sombras como linguagem artística. Os participantes poderão conhecer os diferentes tipos de telas, estudar os focos luminosos para projeção de silhuetas e o uso de materiais diversos na obtenção de sombra e projeção de silhuetas em telas. Osfitafloripa@hotmail.com.

Exposições

Duas exposições compõem o 2º FITAFloripa. Os acervos podem ser vistos no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, de 18 a 21 de junho, de 9h às 20h, e no dia 22 de junho, das 9h às 18h. “Wajang: Teatro de Bonecos da Indonésia” traz a coleção particular da arte educadora Conceição Rosière, que trabalha com Teatro de Bonecos desde 1981. São 15 bonecos em couro, 3 bonecos esculpidos em madeira e 6 bonecos Wajang Golek (figuras tridimensionais).

“Brinquedo Brincadeira – A Alegria do Nordeste” é uma exposição interativa de títeres tradicionais brasileiros, de Magda Modesto, pesquisadora, colecionadora e curadora de exposições na área. As técnicas de interpretação empregadas são várias: luva, vara, varetas, entre outras, com inúmeras articulações de boca, olho, língua, corpo e até cabeças que saem. São 70 bonecos, 15 passagens e 11 colchas de retalho - ambientação do panorama social do Nordeste; os “retalhos de uma sociedade”, segundo a curadora. O ambiente, o enfoque, os personagens e as citações de certas passagens procuram envolver o visitante no jogo teatral do espectador participante.

Realização - O 2º FITAFloripa é idealizado pela arte-educadora Sassá Moretti, coordenadora geral do evento, e pela professora de teatro Zélia Sabino, coordenadora executiva. É uma realização do FITAFloripa e da Universidade Federal de Santa Catarina através do DAC - Departamento Artístico Cultural,da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC.

SERVIÇO:

O QUE: 2º FITAFloripa, Festival Internacional de Teatro de Animação de Florianópolis, com espetáculos nacionais e internacionais, oficinas, exposições e mesas de conversa
QUANDO: de 18 a 22 de junho de 2008
ONDE: Teatros, ruas e espaços alternativos em Florianópolis
CONTATO
: FITAFloripa (48) 37219348, fitafloripa@hotmail.com.
Coordeção Geral - Sassá Moretti (48) 99675424, Coordenação Executiva - Zélia Sabino (48) 84077593. Visite www.fitafloripa.com.br.
alunos serão estimulados a criar cenas utilizando técnicas aprendidas na oficina e terão noções básicas sobre a história do Teatro de Sombras. Dias 18, 19 e 20 de junho, das 8:30h às 12:30h. São 15 vagas e as inscrições serão feitas por e-mail. Os interessados precisam mandar nome completo, data de nascimento, RG, escolaridade e um pequeno texto de interesse para