terça-feira, 8 de julho de 2008

Jogo de Marionetes

MeirielleTainara de Souza
Estudante de Letras Alemão /UFSC

Nem sempre essa antiga forma de arte, o teatro de marionetes, recebeu o devido valor! Apesar disso, na literatura alemã da passagem do século XVIII para o século XIX temos algumas provas que demonstram a extrema importância sócio-cultural desse teatro. O próprio Goethe abordou o dilema no romance "Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister", no qual o personagem central da história é um jovem burguês que encontra no teatro de marionetes sua verdadeira paixão. Porém, não é o destino artístico que ele segue, pois Wilhelm fazia parte da burguesia que então chegava ao poder vorazmente; optou por outra função mais convencional.
As marionetes pelas quais o jovem burguês sente tanto amor, suas únicas companheiras na infância, são as mesmas pelas quais o senhor C. irá discursar no conto "Sobre o teatro de Marionetes" de outro escritor alemão do período, Heinrich von Kleist. Os bonecos que parecem ganhar vida em ambas as histórias transformam também as pessoas que às peças assistem. São exemplos que à primeira vista parecem cândidos, "marionetes, o que podem elas representar?" É é aqui que intervenho!
Kleist deixou registrado um deslumbramento pelas marionetes, tanto quanto faz Goethe ao referir-se a elas com nostalgia! O nome Marionete, vem do termo francês "marionette", como o diminutivo de marion – por sua vez já um diminutivo de Maria. É uma espécie de boneco manipulado, por fios, cabos ou varetas, e constitui-se numa forma de entretenimento para adultos e crianças. Aliás, da França também vem a primeira revolução popular, a mais famosa delas, mostrando-nos que o ato da manipulação se atém mesmo aos bonecos e aos palcos de teatros espalhados pelo mundo, como em festivais como este que agora acontece em Florianópolis.
Espetáculos que servem para alegrar, bem como para nos fazer refletir sobre nós e a sociedade na qual estamos inseridos!
Vale lembrar também o Pinóquio, boneco de madeira que sonhava ser menino. Essa história tão intimamente ligada à infância de muitos, tem no seu original um cunho mais político, pois narra a evolução de simples marionete para merecedor da condição de "menino" – leitor e público se lembram nesse ponto da dignidade de ser humano! As marionetes podem ser ou não nossas representações. VOCÊ escolhe de que lado do palco quer ficar! Divirta-se!

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