domingo, 22 de junho de 2008

Obscuridade e agilidade em cena


Foto Cristiano Prim

Noite de Filme Noir

A noite de sabádo foi de “Filme Noir” no palco. O espetáculo em preto e branco e manipulação de bonecos em cenas com cortes similares aos do cinema trouxe o estilo cinematográfico dos anos 40 e 50 para o teatro de animação. A presença do narrador é outro elemento de que o roteirista e diretor Miguel Vellinho se serviu para envolver o público, que encheu o teatro Ademir Rosa, do CIC.
A construção de ilusões e desilusões, a obscuridade e a desconfiança entre os anti-heróis são fortes características da trama. O detetive Race, cansado de sua rotina, vê a chance de mudar de vida conquistando sua cliente, a cantora Veronika de Vitta, que diz estar sendo perseguida. O bonequeiro passa a transformar o artista ao longo do espetáculo, deixando seu apaixonado admirador perturbado e, finalmente desiludido, com a última modificação na boneca.
Por fim, o detetive descobre que também é um personagem manipulado e desespera-se diante de sua condição. Nesse momento, o narrador reflete sobre o ato de pensar e sobre o imaginário. Para que toda a história ganhe dinâmica, cinco atores se movimentam rapidamente pelo palco, exigência do roteiro baseado no estilo cinematográfico noir, e quatro deles agem nos bastidores.
A peça, filha do espetáculo “Sangue Bom” estreado em 1999, segundo o diretor, é apresentada desde 2004 e já venceu o prêmio Shell na categoria Luz. “Foram necessários um ano de pesquisa e assistir mais de 30 filmes”, conta Vellinho.

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