quinta-feira, 19 de junho de 2008

Metalinguagem e clima Noir.


O Incrível ladrão de calcinhas foi destaque no segundo dia do FITA FLORIPA

Uma história de detetives baseada no estilo do cinema noir, caracterizado por filmes tipo "B" das décadas de 40 e 50, onde a falta de caráter e o crime são as marcas mais presentes. Um clima de submundo, frases e personagens recheados de bom-humor e cenários expressionistas são alguns dos ingredientes que compõe o espetáculo O incrível ladrão de calcinhas.

O detetive Bill Flecha é procurado por Srta. Velda, uma "mulher-fatal" que tem sua "peça íntima" roubada e pagará qualquer quantia para tê-la de volta. O que parecia um crime banal dá origem a uma série de outros crimes violentos, onde todos são suspeitos até que se prove o contrário, ou até que seus corpos sejam encontrados em algum beco escuro. Inspirado na vida e obra de Dashiell Hammett, considerado o pai da literatura policial moderna, o espetáculo utiliza uma técnica de construção de bonecos pouco conhecida no Brasil, a partir de modelos desenvolvidos por Hansjürgen Fettig em seu livro Rod-Puppets & Table-Top Puppets (Standing Figures). A cenografia foi inspirada no expressionismo alemão, movimento artístico que contribuiu para o surgimento do cine noir.

Embora o diretor e bonequeiro Willian Sieverdt não faça questão de se esconder, chegando até mesmo a brincar com a metalinguagem - ora acendendo o cigarro do boneco, ora negando ajuda à garota - esquecemos que existe um manipulador logo que o espetáculo começa e os personagens e cenários criam vida, sugando a platéia para dentro deste universo misterioso e instigante.

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